quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Relato de Parto da Ana Carolina - Nascimento do Davi

Davi: desejado, planejado e intenso!

Finalmente arrisco a fazer meu relato de parto...
Confesso que já ensaiei algumas vezes... desisti, achei que estivesse “enferrujada” na arte de escrever, mas não... estava, apenas, vivendo, sentindo e respirando meu puerpério.

Pois bem.
Davi, esse era o nome escolhido muito antes de nos descobrimos “grávidos”.
E, por razões que não sei explicar, eu tinha certeza que seria mãe de um menino.
Eu sempre quis ter um parto normal e, sabendo que teria que ir contra o sistema, comecei procurando uma Doula e encontrei minha querida Mariana Castelo Branco.
Através dela e de seu grupo de apoio (Do Fundo do Ventre), conheci a Dra. Claudinha (Claudia Garcia Magalhães), a médica mais humana, gentil, carinhosa, alto astral, atenciosa e fofa do universo! Neste dia, eu disse a ela que ainda não estava grávida, mas que não abria mão de tê-la como médica, especialmente depois que vim a saber que ela não só torcia para o nosso Corinthians, como também fazia o famoso “batismo corinthiano” na hora do nascimento! rsrsrsrsrsrs

Então, no dia 07 de janeiro de 2015, com 13 dias de atraso, sem muitas expectativas, fiz exame de sangue e, BINGO, estava grávida!
E agora? Queria contar de um jeito especial para o Thiago, então peguei uma roupinha fofa de bebê que tinha comprado para dar de presente e na caixa colei o resultado do exame e entreguei para o “papai”, que jogou a caixa longe e nem viu o exame... mas, ao pegar aquele body minúsculo, incrédulo, olhou pra mim, perguntou se era verdade e me abraçou longamente!

Fiz o exame de sexagem fetal, pois estava saindo de viagem e queria aproveitar para fazer o enxoval lá fora. E lá mesmo recebi a confirmação de que esperava o Davi!!!

De volta ao Brasil, com 14 semanas, a primeira bomba: meu pai, uma pessoa de hábitos super saudáveis, teria que se submeter a uma cirurgia cardíaca de grande porte.Vencemos, como eu tinha certeza que venceríamos, afinal meu filho não podia nascer sem conviver com o melhor vovô do mundo!!!

Alguns meses mais tarde, já de 28 semanas, a segunda bomba: o atropelamento de uma pedestre na rodovia, sem consequências físicas, mas um susto sem tamanho.

E, por fim, na reta final, já com 38 semanas, uma cólica renal insuportavelmente dolorida, que me fez confundir com os pródromos.

Ah, não posso esquecer de contar que a Claudinha estava indo para congressos/simpósios nessas últimas semanas e que eu sempre conversava com o Davi, pedindo pra ele esperar a “tia Claudinha” voltar! E ele, de fato, obedeceu a mamãe e esperou!!! kkkkkkkkkk

E de fato ele esperou! Com 39 semanas e 5 dias, as contrações vieram pra valer. Por volta das 22h00 do dia 1º de setembro de 2015, comecei a ficar sem posição, sentia um forte incômodo na pelve, irradiando para a lombar.
Decidi ir deitar e, então, as contrações foram ritmando. Pedi para o Thiago ligar pra Mari e pra Claudinha... não sabia o que fazer/esperar. Fomos para o Hospital por volta das 0h30 e a Mari nos encontrou lá. Após ser examinada, com 4 cm de dilatação, decidimos voltar pra casa e esperar lá o TP ativo, onde alternei entre a cama e o chuveiro, devido ao pouco espaço no apto, vocalizando muito, pois isso me ajudava a aliviar a tensão, além de ter a Mari e o Thiago me amparando, massageando, encorajando, apoiando, cuidando e incentivando.




Nessa hora, tenho que dizer, bate uma tremenda insegurança, parece que perdemos a “coragem”, sei lá... perguntei pra Mari se a Claudinha me daria anestesia, caso eu pedisse... hahahaha

Até que, às 7h30 o Thiago disse que eu precisava levantar para irmos ao hospital e chegar junto com a Claudinha. Nesse exato momento, relaxei por completo, especialmente por ter a certeza de que tudo sairia como havíamos planejado...a bolsa rompeu! E foi um aguaceiro só! Hahahahahahahaha

Dei entrada na maternidade por volta das 8h30... a Claudinha me examinou e constatou 9 cm de dilatação (eu acho)... era chegada a hora de conhecer meu pequeno príncipe, já que ao longo de toda a gestação ele nunca quis mostrar seu rostinho no ultrassom.




Perto das 9h00 fomos para a sala de pré-parto, cuidadosamente preparada pela equipe da Claudinha. Bola, colchonete, chuveiro quentinho, banqueta, luzes apagadas, equipe reduzida, enfim... um sonho! Ali fiquei um tempo no chuveiro quentinho enquanto pude... até que pedi a banqueta, onde fiquei até o final.



Nessa hora, já entregue à partolândia, e sempre amparada pelo meu amor, pude ver a querida Alicinha Kiy(pediatra n.º 1 do Davi) e nossa amiga mais que especial, Bianca Cassettari emocionadíssima, vivendo tudo aquilo conosco e nos dando a força necessária para trazer o Davi ao mundo de um jeito todo especial.




E, em meio a tanto amor, sem comandos, apenas com a sugestão da Claudinha para que eu tentasse tocá-lo para sentir que ele estava chegando, sentindo o choro carregado de emoção de um pai espetacular, o meu mundo se tornou mais azul!

Assim, num parto natural humanizado, no dia 02 de setembro de 2015 às 10h02m, Davi chegou de mansinho, calmo, com um chorinho leve que cessou no imediato momento que veio para os meus braços entrelaçados pelos do Thiago.
Lindo, forte, saudável e com o nariz do papai (rsrsrs), com 49,5 cm e 3,280 kg, Davi foi colocado para mamar e esperamos o cordão para de pulsar para clampeá-lo.
Ficamos separados por pouquíssimos minutos, apenas para os procedimentos indispensáveis, porém não padronizados, sempre na presença do papai mais fresco do pedaço. Depois disso, ficamos nós três, inseparáveis, por todo o tempo que estivemos no hospital.
Ah, não posso esquecer de dizer que houve ainda o “nascimento” da placenta, de forma natural, sem qualquer manobra ou tracionamento. E, ao final, a melhor das notícias, períneo íntegro, sem nenhuma laceração importante, desnecessário qualquer ponto.













Quanto à dor... sim, dói, mas tenho comigo que muitas outras coisas doem infinitamente mais. Por exemplo, a cólica renal que me acometeu dias antes do nascimento... foi bem pior que a temida “dor do parto”, principalmente porque a esqueci imediatamente após ter o Davi em meus braços!!! E, sim, penso em sentir e viver essa dor mais uma vez, pelo menos!!!hahaha

Sem dúvida, posso dizer que foi a experiência mais intensa da minha vida, que me transformou e continua me transformando diariamente, há pouco mais de 5 meses.

Pra terminar, digo que todas nós, mulheres, nascemos para parir. Esta é a natureza.
Então, se este é o seu desejo, vá em frente, informe-se, contrate uma doula, corra atrás de um médico que realmente respeite a sua vontade, porque PARIR vale a pena sim.


Palavras nunca expressarão suficientemente minha gratidão, mas deixo aqui o meu “muito obrigada” a todos que participaram desse momento conosco, especialmente a Claudinha, a Mariana e a Alicinha, que nos assistiram de maneira espetacular!

Ana Carolina.












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