domingo, 18 de maio de 2014

Ministério da Saúde determina que bebê deve ir direto para o colo da mãe.

Mais uma da série..E agora pediatria? ;)

Agora é lei!! Está documentado! Saiu no diário oficial da união!!
Neste link bem AQUI encontra-se a portaria na íntegra. Não tem desculpas, argumentos ou blá blá blá...



Nada de exames de rotina nos primeiros minutos de vida nem ir direto para o berçário.
A PORTARIA Nº 371, DE 7 DE MAIO DE 2014 publicada pelo Ministério da Saúde determina que, se o bebê estiver em boas condições de saúde, deve ir direto para o colo da mãe ao nascer nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde).

Pelo texto, o bebê deve ser colocado sobre o abdômen ou tórax da mãe de acordo com a vontade da parturiente. O bebê deve ser “colocado de bruços e receber uma coberta seca e aquecida”, diz a Saúde.

A portaria segue as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) que prevê ainda que o recém-nascido seja amamentado na primeira hora de vida. A portaria publicada no “Diário Oficial da União” assegura o chamado contato ‘pele a pele’ de mãe com o filho independente se o parto é normal ou cesárea. O texto faz parte da atualização das diretrizes do SUS para permitir um atendimento mais humanizado para mãe e o recém-nascido.

Outra medida proposta é que os exames de rotina do recém-nascido  – pesagem, exame físico e vacinação – ocorram somente depois da sua primeira hora de vida.
A portaria diz ainda que o clampeamento do cordão umbilical do recém-nascido deve ser feito apenas após o cordão parar de pulsar (aproximadamente de 1 a 3 minutos), exceto em casos de mães isoimunizadas ou HIV / HTLV positivas, em que o clampeamento deve continuar sendo feito de imediato.

Ainda de acordo com a portaria, para o recém-nascido com respiração ausente ou irregular, deverá ser seguido o fluxograma do programa de reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria. A publicação diz ainda que o  estabelecimento de saúde que mantiver profissional de enfermagem habilitado em reanimação neonatal na sala de parto deverá possuir em sua equipe, durante 24 horas, ao menos um médico que também seja capacitado.

O ministério não detalhou ainda como será feita a fiscalização para que as medidas entrem em vigor e se haverá alguma punição aos profissionais de saúde que não seguirem as recomendações.

fonte: Folha de São Paulo

Quem faz o parto não é o médico, não é a parteira, não é a doula, e sim a mulher!

A mulher e seu bebê são os protagonistas e a equipe que a cerca são os coadjuvantes.

Esses dias após um parto, o marido ligou para a família contando que havia nascido e falou que “tal pessoa” havia feito o parto… eu que estava do lado da puérpera, vi que ela rapidamente virou a cabeça para a direção da voz dele e gritou: “Eu que fiz o parto”.

Comecei a rir, porque é lindo de ver/ouvir/presenciar uma mulher que pensa assim. Essa mulher sabe o que é parir da maneira mais verdadeira e pura, pois ela acredita na capacidade de respeitar seu corpo para que ele faça o que já vem programado em seu subconsciente.

Mas então, para que existem médicos e parteiras? Para darem assistência durante o processo, apenas garantindo que mãe e bebê estejam saudáveis, esses profissionais devem apenas assistir a mulher parindo, intervindo apenas em último caso, quando realmente é necessário.

Recém-nascido no colo da mamãe - Kati Molin / ShutterStock

E para que as doulas? São elas que cuidam da saúde da mulher que ninguém vê, é aquela saúde que se sente, que se ouve sem que seja dita uma palavra, são os medos que aparecem e que devem ser divididos com outra pessoa, para que seja disseminado. A doula é a voz quando a mulher precisa ouvir que consegue, quando ela precisa que alguém afirme o que ela já sabe. É a mão que acaricia e que conforta, é o abraço, é a paciência adquirida com experiência em acompanhar mulheres parindo. A Doula é assistência física e emocional, que não precisa se dividir entre funções, ela está ali somente para apoiar a parturiente.

Hoje conversei com um amigo que faz residência em medicina, sobre como é bizarro a maneira das pessoas encararem o parto, a mulher que fica horas com contrações, sem dormir, sem comer direito, é a última a receber o crédito pelo próprio parto. Partos de emergência, atendidos por leigos, por bombeiros, policiais são eles sempre os heróis. Mulheres que muitas vezes pariram sozinhas, sem ninguém do lado, simplesmente porque o parto aconteceu muito rápido, sai no jornal com a frase “e por sorte tudo ocorreu bem…”

Escrevem logo o MILAGRE então que correu tudo bem.

É preciso que as gestantes entendam isso, quem faz o parto são elas, são seus corpos, seus instintos e elas devem exigir isso. Vejo muitas mulheres que frequentam as minhas palestras ou que enviam e-mail para pedir orientações, e elas acham estranho quando a orientação é esperar em casa até que as contrações estejam próximas e reguladas, desde que claro, a bolsa esteja íntegra, bebê se movimentando, etc. Porque elas acham que estando no hospital, os médicos vão fazer o trabalho de parto funcionar e a hora de empurrar e tudo mais. E até mesmo algumas doulandas que me ligam no início do trabalho de parto, elas ficam apreensivas para que eu vá para suas casas logo, para seguirmos para a maternidade e só então depois de conversar novamente é que elas conseguem lembrar que a única coisa a se fazer é esperar.

O parto tem seu tempo, ele pode ser longo, rápido, fácil, complicado mas ele tem o seu próprio tempo, e desde que esteja tudo bem, não há necessidade de intervir no processo natural. E ir para o hospital/maternidade antes do tempo certo, é aumentar a ansiedade da própria equipe e as intervenções sem necessidade. As mulheres precisam resgatar essa verdade, elas precisam lutar e mostrar que elas são as protagonistas no parto, ela e seu bebê. A equipe é formada por coadjuvantes, mas quem deve decidir onde será o parto, com quem será, a posição e como, deve ser a mulher.

Aliás, eu quero dedicar esse texto para as mulheres empoderadas que eu já acompanhei e que estou acompanhando, mulheres que eu vejo lutarem contra o sistema, contra família, e qualquer outra pessoa que entre no caminho da realização daquele grande desejo. Vocês podem tudo, o parto é de vocês. Uma boa hora a todas!

fonte: Texto escrito por Cris Doula e publicado em Guia do Bebê.

Protocole o desejo de ser acompanhada por uma Doula no hospital! Fica a dica!

Apesar da presença da Doula durante todo trabalho de parto, parto e pós parto, ser uma prática incentivada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, apesar das evidências mostrarem que a presença de uma Doula pode trazer benefícios para o binômio mãe-bebê, apesar da presença da Doula ser uma prática comum e até mesmo incentivada por serviços de saúde de países de primeiro mundo que possuem excelentes indicadores materno-fetais, ainda temos hospitais no Brasil que PROIBEM a presença da Doula como suporte contínuo, intra-parto ou mesmo cerceiam o direito de escolha da mulher, colocando à disposição da parturiente apenas meia dúzia de doulas cadastradas e tuteladas pela instituição.




                      Muitas mulheres acabam optando por ficar com sua doula quando o hospital exige que apenas o marido ou a doula esteja com ela no momento do nascimento. Outras optam pelo marido e pai da criança, naturalmente. O que ninguém vê, é que nessa disputa de “vamos ver quem manda aqui” quem sai  perdendo não é só a mulher. É a própria instituição.

                      A presença da doula, conforme apontam estudos, pode reduzir o tempo de trabalho de parto, o pedido de analgesia, a indicação de cesareas e a satisfação da mulher com o processo do parto e nascimento. Pode ainda melhorar a formação do vínculo mãe-bebe, melhorar as taxas de amamentação e reduzir a chance de depressão pós-parto. Então só uma pessoa completamente desinformada ou completamente sem empatia ou sem interesse no bem estar de seus clientes pode proibir a presença da doula de livre escolha da mulher.

                      A situação é tão absurda, que na tentativa de justificarem essa regra estafapúrdia, algumas instituições dizem que “a doula não cabe no centro obstétrico”. OK, mas a equipe de fotografia do hospital cabe. Ou então dizem que é para evitar contaminação devido a um grande número de pessoas dentro do centro obstétrico. Ok, mas a equipe de fotografia não contamina. Ou seja, argumentos vazios que caem por terra quando são questionados.

                      Mulheres informadas de seus direitos e dos benefícios da Doula durante o trabalho de parto já se preparam para terem seu direito de escolha garantido. Quem pode escolher uma instituição que incentive a presença da Doula escolhe. Quem não pode procura caminhos jurídicos para fazer seu direito.

Veja abaixo a carta que uma gestante que não deseja ser identificada, protocolou em um hospital onde pretende ter seu bebê.  Você também pode protocolar uma carta de igual teor se está encontrando dificuldades em ter sua Doula com você no seu parto. Em breve contaremos para vocês o desfecho desta história.
                      E você? Conte para nós quais recursos usou para ter sua doula junto com você em uma instituição que não aprova a presença das doulas.

Ilustríssimo Senhor Diretor Presidente do Hospital xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
NOME, RG XX SSP/SP, brasileira, casada, residente a Rua XXXX, F: XXX, email: pXXXXX, com XX semanas incompletas de gestação, venho a presença de Vossa Senhoria informar e requerer o que segue:
Eu e minha família, após tomarmos conhecimento sobre os valores que guiam o trabalho do Hospital xxxxxxxxxxx tanto pelo sítio na internet, quanto por “outdoors” espalhados pela cidade, especialmente referente ao princípio da HUMANIZAÇÃO, escolhemos o Hospital xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx como local adequado para parir meu primeiro filho, mediante um parto normal humanizado hospitalar.
Então, contratei a assistência da médica especialista em ginecologia e obstetrícia, Dra. XXXXXX, que se comprometeu a auxiliar tal parto, dentro do Hospital xxxxxxxxxxxxxxx, e esta indicou o acompanhamento de uma doula profissional, como forma de propiciar apoio contínuo e integral a mim durante o trabalho de parto, nascimento e pós-parto. Assim, também contratei a doula profissional, NOME , que ainda conta com a formação profissional na área da saúde, como XXX
É sabido que a doula, profissão formalmente reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em 31/01/2013, com classificação própria dentro do rol brasileiro de ocupações (CBO), é profissional treinada a oferecer suporte físico e emocional contínuo à parturiente, com resultados expressivos e comprovados quanto a maior chance de ocorrência de parto vaginal espontâneo, menor necessidade de analgesia de parto, menor duração do tempo de trabalho de parto, menor risco de cesariana, menor risco de parto instrumental, menor risco de nascimento de bebês com baixos escores de Apgar no 5º minuto e menor risco de relatar insatisfação com a experiência de parto, todos estes itens intensamente por mim desejados.
O próprio Ministério do Trabalho aponta como funções da doula:
Prestar apoio/suporte para a mulher no ciclo gravídico puerperal
– Auxiliar gestante na elaboração do plano de parto
– Ensinar técnicas respiratórias
– Sugerir posturas de alívio de dor
– Indicar técnicas de hidroterapia
– Treinar exercícios de condução e indução natural de parto
– Ensinar a cronometrar contração
– Ensinar técnica de preparo perineal
– Ensinar técnicas de propriocepção
– Facilitar descida e posicionamento do bebê
– Adequar ambiente para bem estar da parturiente
– Promover vínculo no primeiro contato bebê-mãe
– Promover amamentação na primeira hora de vida
– Incentivar participação ativa do acompanhante
– Realizar visita pós-parto


Por certo que algumas destas funções somente podem ser desempenhadas dentro da unidade hospitalar escolhida pela gestante, como a facilitação da descida e posicionamento do bebê, adequação do ambiente, promoção do vínculo entre mãe e bebê, promoção da amamentação na primeira hora de vida e incentivo da participação ativa do acompanhante da parturiente, restando extremamente claro que DOULA NÃO É ACOMPANHANTE e sim parte da equipe técnica contratada ou posta em disponibilidade à parturiente.
Artigos científicos corroboram os argumentos de que o apoio de doula é responsável por melhorias em todo o processo intraparto, com a conclusão de que todas as mulheres devem ter apoio durante o trabalho de parto.


Obtive a informação diretamente do Hospital xxxxxxxxxxxxx que é permitida a entrada de equipe de fotografia e filmagem durante o parto, inclusive dentro do centro obstétrico, assim, não há que se falar em restrição da presença de uma doula quanto ao espaço físico, já que não pretendo contratar tal serviço de fotografia. Tampouco há que se falar em impedimento de entrada de uma doula por questões de higiene e segurança hospital, visto que a doula, assim como o acompanhante por mim indicado, comprometem-se a submeter-se a todos os procedimentos cabíveis a tal fim. Por fim, também não há que se falar em receio de possível interferência da doula ao trabalho da equipe médica responsável pelo parto, vez que a médica por mim contratada autoriza e deseja a presença da doula e esta tem plena ciência dos limites de sua atuação, sem qualquer intenção ou autorização para interferir em procedimentos médicos e decisões sobre o parto.
Não é demais lembrar que no início de 2013, duas das mais conceituadas maternidades da cidade de São Paulo, Santa Joana e Pro Matre Paulistana, esboçaram intenção de seguir pelo caminho contrário às evidências, dificultando a entrada de doulas com as pacientes, além de seu acompanhante permitido por lei. Entretanto, a repercussão na grande mídia foi imediata, com inúmeras matérias jornalísticas, gerando grande insatisfação nas potenciais pacientes, manifestações de rua e atos organizados por grupos de apoio às gestantes. Então, como medida mais adequada e justa, a doulas puderam voltar a realizar seu trabalho junto as parturientes em tais maternidades, conforme seguem algumas reportagens dos dois jornais de maior circulação no Estado:


Diante todo o exposto, REQUEIRO que a doula XXXX seja autorizada a participar de todo o período de meu trabalho de parto, nascimento e pós-parto que ocorra nas dependências do Hospital xxxxxxxx.
cidade, data e ano.
NOME E ASSINATURA

sábado, 17 de maio de 2014

"O Renascimento do Parto" em BOTUCATU

Esse é só o começo! Espero SIM ver uma mudança enorme no cenário obstétrico em nosso país...e porque não começar com o famoso passo da formiguinha?

Com o apoio da prefeitura e da Secretaria Municipal da Cultura de Botucatu, finalmente será feita a exibição do filme "O Renascimento do parto" em nossa cidade.
Estou muito feliz de ter conseguido realizar esse projeto, e agradeço desde já ao secretário da cultura Osni Ribeiro que desde o primeiro contato demonstrou prontamente o interesse em apoiar essa causa.

Agora é torcer para que seja um SUCESSO!!!!
Depois volto e conto como foi o evento! Cruzem os dedos! :)