terça-feira, 26 de junho de 2012

A Partolândia

Vi esse texto no facebook da Renata Olah e achei SENSACIONAL!!!
Fala sobre o que é a tão falada partolândia e como chegar lá!


A Partolândia




 

Existe um lugar secreto pra onde podemos ir. É um lugar pouco divulgado, antes mais pessoas visitavam, hoje apenas uma minoria tem a oportunidade de ir até lá. Mas todas as pessoas que já foram costumam descrever-lo como um lugar mágico.

Eu mesma nunca tinha ouvido falar. Depois que comecei a freqüentar grupos de mulheres que relatavam seus partos passei a ouvir a tal frase misteriosa: “então entrei na partolândia” e eu me perguntava: “que raio é esse de partolândia? Como se faz pra ir até lá? Pra quê ir até lá? O que tem lá?”.

Pra variar, fui estudar o assunto e descobri um mundo à parte. A verdade é que a partolândia tem vários endereços. Ela está dentro de cada fêmea deste mundo. Não é feita de conceito, não tem forma definida, não é construída através de cultura ou criação. Ela simplesmente está lá. E não requer exercícios específicos, treinamentos pra saber entrar nela. Nem se trata de um privilégio pra poucas. Sendo uma mulher prestes a parir, já é suficiente pra se ter o ingresso nas mãos.

O problema é que hoje em dia há trombadinhas especialistas em roubar tal ingresso das mãos de mulheres em trabalho de parto. Nem sempre esses trombadinhas são pessoas necessariamente. Algumas mulheres chegam a entrar na partolândia e são arrancadas de lá. Outras nem chegam a conhecer esse maravilhoso lugar e nem ficam sabendo de sua existência. Na verdade, alguns trombadinhas são bem intencionados, mas por não saberem da existência da partolândia e suas maravilhas, num ato que acreditam ser benéfico acabam tirando essa oportunidade da parturiente.

Hoje em dia o maior medo de uma gestante é o de sentir muita dor no trabalho de parto. É um pavor que vem sendo cultivado pela nossa sociedade através de uma catequização constante de que o parto é sofrido e doloroso. Vemos mulheres sofrendo horrores no parto em novelas, filmes e até programas de TV que prometem mostrar um parto real. Quantas vezes assisti a partos Frank (frankstein) no Discovery Home & Health com mulheres urrando de dor em posição frango assado suplicando pela anestesia com médicos e enfermeiras ao seu redor fazendo toque a todo momento pra saber a quantas anda a dilatação e falando o tempo todo com essa mulher: “vamos, faça força! Respira! Vamos! De novo! No 3 hein! 1-2-3, forçaaa!”. A coitada lá, suando, fazendo respiração cachorrinho quando de repente vem um anestesista e acaba com o sofrimento. Ela continua fazendo força, mas agora não se sabe por que o bebê não sai. Gritam com ela: “você não está fazendo força o suficiente! Vamos, força!”. O bebê então entra em sofrimento fetal visto através dos batimentos cardíacos no cardiotoco ligado desde o momento em que a mãe chegou na maternidade. O médico apela pro fórceps de alívio. Algumas vezes dá certo, outras não e a cesariana finalmente salva a vida do bebê. Em novelas da Globo é comum ver mulheres com um pano na boca pra morder de tanta dor, gritando e uma parteira molhando uma compressa (que até hoje não sei pra que serve) numa bacia de água. Essas verdadeiras visões do inferno contribuem pra que se propague cada vez mais uma visão negativa e aterrorizante de um evento natural, fisiológico e cheio de significado na vida de um ser-humano.

O medo da dor é reforçado através de relatos tenebrosos de parto normal que sempre culminam em tragédias. Depois de muito sofrimento materno, a maioria deles termina em crianças com retardo mental por falta de oxigenação, morte por enforcamento pelo cordão umbilical, morte por decapitação pelo fórceps e outras atrocidades. Geralmente as explicações são associadas ao corpo da mãe que não se comportou como deveria ou por ser defeituoso (falta de abertura, falta de dilatação, força insuficiente) ou como se fosse traiçoeiro (o bebê passou do tempo e começou a sofrer dentro da mãe, por exemplo). Mas tudo isso eu já falei em posts anteriores. O problema é que essa dor horrenda e esses episódios de sofrimento materno e fetal têm em 99% dos casos alguns fatores em comum que são ignorados pela maioria: ocorrem em maternidades, são explicados e registrados em prontuários por médicos e a mulher encontra-se em uma situação sempre semelhante: rodeada de pessoas (em sua maioria desconhecidas), num ambiente frio com luz forte, posição frango assado, restringida, etc. E a grande maioria não conhece a partolândia.

Seria o caso de perguntar: o que o hospital/maternidade tem a ver com o sofrimento, com a dor com o fato dessas mulheres não conhecerem a partolândia? O que a falta da partolândia tem a ver com o sofrimento? Afinal de contas...o que é essa partolândia?!? Então vamos nos aprofundar mais nisso.

O ser humano tem o cérebro mais avançado do reino animal. Isso se deve à formação do neocórtex, uma camada fina encontrada em volta do cérebro. O neocortex é responsável pelos pensamentos, pelo raciocínio. Abaixo do cérebro temos uma glândula famosa chamada hipotálamo. Ele é responsável pelo comportamento instintivo de todos os animais, inclusive nós humanos. Controla o sistema involuntário que mantém a temperatura, produz a fome quando precisamos nos alimentar secretando hormônios que atuam nas glândulas supra-renais. As supra-renais liberam outros hormônios que atuam diretamente no nosso comportamento em diferentes situações. Portanto, é o Hipotálamos que desencadeia processos primordiais para a continuação da espécie.

Para preservar a espécie, somos levados a dormir, acordar, caçar (na antiguidade), comer, beber, fazer necessidades, fazer sexo, gestar, parir, cuidar das crias, defender-se, fugir do perigo, etc. Cada comportamento é regido por uma cascata de hormônios e neurotransmissores (substâncias cerebrais) que em algumas circunstâncias podem ter sua secreção prejudicada pela ativação inadequada do neocortex.
O neocortex é ativado através de estímulos externos que levam o individuo à situação de alerta, como a necessidade de raciocinar. Perguntas, luz forte, ser observado, etc. Quando o neocortex é ativado, o hipotálamo pode sofrer um rebaixamento de sua atividade. Outras vezes, a ativação do neocortex leva a uma interpretação da situação que exige que o hipotálamo secrete uma substância contrária à que estava sendo secretada anteriormente. Por exemplo: uma substância secretada no estado de relaxamento que pode levar ao êxtase ou ao sono pode ser interrompida por um barulho que é interpretado como perigo levando o individuo a secretar adrenalina. O mesmo ocorre quando se é tocado repentinamente ou quando algo nos estressa. Pode ser o apito de uma máquina que verifica os batimentos cardíacos, a cara de preocupação do médico, uma enfermeira irritante, o marido nervoso, a sogra apavorada.

Então imaginemos uma pessoa adormecendo. Ela repousa num ambiente tranqüilo, com pouca ou nenhuma luz, silencioso ou com um som de fundo quase que hipnótico, ela vai se desligando dos problemas, dos pensamentos, entrando num estado de consciência completamente diferente como se mergulhasse em si mesma e finalmente dorme. A partir daí passa por vários estágios do sono a começar por alpha, que serão repetidos algumas vezes durante esse período de descanso. Com certeza se ocorrer um barulho, se acenderem uma luz forte na cara dessa pessoa, se tocarem nela principalmente de forma abrupta, se começar a fazer muito frio, se começarem a fazer perguntas ou se ela se sentir observada, seu estado muda automaticamente para a vigília e o sono é interrompido. E assim é um trabalho de parto (TP).

O TP deve ser comparado às necessidades básicas (principalmente dormir e fazer sexo) porque é igualmente regido pelo hipotálamo. Quando nos deixamos levar pelo TP em si sem nenhuma interrupção externa, sem nenhuma intervenção, somos automaticamente levadas á partolândia. Portanto, a partolândia nada mais é do que um estado de consciência que permite à mulher se comportar de maneira instintiva. A introspecção é o primeiro sintoma e isso pode começar dias antes quando a mulher começa a não querer participar de eventos coletivos e prefere ficar em um ambiente que julga seguro (na maioria das vezes sua própria casa) esperando a hora chegar. Quando o TP se inicia, a introspecção começa a ficar mais evidente mostrando a necessidade de fazer uma viagem para dentro de si.

Em muitos relatos de parto natural (sem intervenções) observo que as mulheres começam contando detalhadamente cada acontecimento e conforme o relato é desenvolvido, os detalhes vão se perdendo. Isso se deve à mudança de estado de consciência dessas mulheres que acabam por se desligar do mundo externo e entrar na partolândia onde apenas sensações são registradas e os pensamentos são quase inexistentes. Muitas vezes não se lembram quem estava presente, o que falaram. Apenas as sensações são descritas e eu nunca li ou ouvi nada parecido com sofrimento. Assim como quando dormimos ou temos um sexo satisfatório que nos leva a um orgasmo.

Há tempos já se sabe as principais substâncias secretadas durante a estadia na partolândia. No entanto, sabia-se apenas suas funções fisiológicas e que suas quantidades se modificam em cada estágio do TP. A ocitocina é responsável pela contração e a dilatação uterina. É a primeira a ser secretada no TP. As endorfinas atuam como analgésicos naturais relaxando a musculatura esquelética e diminuindo as sensações dolorosas. A adrenalina torna a atividade de expulsão do feto, no final do TP, mais eficaz. Hoje já se sabe que a atuação dessas substâncias vai além do físico alterando o comportamento, o que pode facilitar o entendimento das necessidades da parturiente e inclusive saber quanto seu útero está dilatado apenas observando como ela se comporta evitando, assim, toques desnecessários que podem tirar a mãe da partolândia.

Nota-se que nos partos naturais, logo após o nascimento, a mulher tende a posicionar-se de joelhos ou a sentar-se. Esta liberação de adrenalina é favorável aos mamíferos em geral, pois coloca a fêmea em situação de alerta. O bebê recebe parte desses hormônios do parto e, ao nascimento, está com as pupilas dilatadas. Ambos, o bebê e a mãe, possuem então condições fisiológicas para o contato olho no olho, fundamental na espécie humana.

A ocitocina é chamada de hormônio do amor por estar presente durante o orgasmo. Assim como no parto, a mulher não consegue chegar às vias de fato se não se entregar e se desligar do mundo externo. E só há entrega se ela estiver se sentindo à vontade e segura, num ambiente que propicia a concentração. Durante o orgasmo, assim como no TP, a ocitocina promove a contração uterina e é por todas essas semelhanças que dizemos que o parto faz parte da vida sexual dessa mulher. Portanto, o ambiente adequado pra ela parir é semelhante ao que ela considera ideal para fazer sexo. Um ambiente inadequado pode gerar inibição, medo, irritação e outras sensações desagradáveis que a fazem liberar adrenalina. Nesta fase do TP, a adrenalina compete receptores sensoriais com a ocitocina, o que quer dizer que a adrenalina inibe o efeito da ocitocina retardando o TP e aumentando a dor. A partir do momento em que o bebê nasce, a taxa de ocitocina na mulher chega ao seu ápice e é passada para o bebê através do cordão umbilical. Desse modo, ao se olharem, mãe e filho criam um vínculo forte que acelera o estabelecimento de uma interdependência que mais tarde culmina no amor entre os dois.

A ação das endorfinas é potente. Até a mulher atingir 8cm de dilatação a dor vai aumentando, porém continua suportável. A função da dor é estimular a secreção das endorfinas que trarão uma sensação prazerosa e concomitantemente a diminuição da dor. Principalmente se a secreção e propagação de endorfinas forem aceleradas através do relaxamento muscular e da dilatação dos vasos sanguíneos. Pra isso, existem métodos como massagem e água quente na região lombar.Se um estímulo externo tirar a parturiente da partolândia causando susto, constrangimento ou medo, ela liberará adrenalina que tem ação vaso-constritora dificultando a chegada das endorfinas, o que aumenta consideravelmente a dor. A partir da dilatação total (10cm), a maioria dos relatos revela que a dor diminui, isso comprova que a secreção de endorfinas já está a todo vapor. São opiáceos da família da morfina que não só tiram a dor mas ajudam a mulher a entrar nesse estado de consciência alterado e prazeroso. Hoje é sabido que o bebê também já secreta suas endorfinas e experimenta sensação semelhante durante o parto.

Com dilatação total, a ação da adrenalina se torna importante para a fase expulsiva do TP. Sua secreção nesse momento permite a ejeção. No sexo é responsável pela ejaculação, na amamentação é responsável pela ejeção do leite e no parto é responsável pela expulsão do bebê. A mulher se torna atenta, algumas vezes agressiva na medida exata para finalizar o TP e para cuidar de seu bebê assim que ele nasce. É comum ainda um estado de euforia devido às endorfinas combinado com a sensação de extrema energia e alerta importantes nesse momento. A dor simplesmente não existe mais. Os relatos são unânimes.

Durante a gestação, a mulher secreta prolactina que é responsável pela fabricação do leite. Este leite (chamado de colostro num primeiro momento) é armazenado nos alvéolos das mamas. Ao redor desses alvéolos existem células musculares que ao se contraírem, fazem com que os alvéolos secretem o leite. No momento do parto, o alto nível de ocitocina promove essa contração culminando na ejeção do leite por conta da adrenalina. Esse é o motivo pelo qual o leite desce mais rápido num parto natural.

Infelizmente, muitos médicos ignoram a partolândia criando protocolos infundados nas maternidades cheios de intervenções invasivas e desnecessárias. O fato da mulher ter de responder a uma série de perguntas faz com que ela ative o neocortex por ter de raciocinar o lado primitivo do cérebro e, portanto, dificultando o ingresso á partolândia. A sala fria desconcentra. Muitas pessoas observando inibe. Toques vaginais freqüentes também. A luz forte ativa o estado de alerta e o ambiente estranho gera insegurança. O fato da mulher ficar restringida numa maca desconfortável sem poder mudar de posição é uma das coisas que mais dificulta (se não impedir) o ingresso á partolândia. Além de desconfortável e inibitória, a posição de frango assado (proibida durante toda a gestação) faz com que o peso do útero e do bebê comprimam a artéria que leva oxigenação para o bebê, além de impedir a ação da gravidade (utilizada no parto de cócoras), o que dificulta a saída do bebê. Esta posição é a campeã de TPs demorados regados a dor materna e sofrimento fetal por falta de oxigenação adequada, culminando em intervenções que se não fosse tal posição seriam desnecessárias.

Isto não quer dizer que uma mulher que não ingressa na partolândia não ame seu filho ou não consiga amamentá-lo. Mas sem dúvida entrar em TP e realizar um parto natural propicia uma experiência única para mãe e filho. Geralmente, ao entrar na partolândia, a mulher vivencia um mergulho em si mesma que modifica seu modo de ver o mundo e a si mesma. É uma experiência que permite o auto-conhecimento num nível que de outra forma seria impossível. Ela experimenta de forma intensa do que seu corpo é capaz e do que ela é capaz, mudando sua auto-estima. Relatos constantemente descrevem que após o parto sentem-se capazes de absolutamente tudo. Muitas inseguranças vão embora. É comum mulheres que foram à partolândia mudarem seu comportamento com relação ao que a sociedade preconiza. Segura de si, a mulher da partolândia dificilmente sucumbe aos padrões estéticos, profissionais e morais ditados e acredita mais nas suas vontades. Desse modo, desenvolve menos depressão pós-parto, menos problemas com amamentação e vivencia um amadurecimento mais precoce.

Tal amadurecimento é vivenciado a partir do momento em que o vinculo mãe-filho fortificado pela ação da ocitocina é, posteriormente, sedimentado pela prolactina. A prolactina também tem um efeito comportamental. Ao passar pela partolândia e ter altos níveis de ocitocina, esta felizarda mãe também experimenta altos níveis de prolactina (níveis esses impossíveis de serem alcançados por quem não foi à partolândia). A prolactina tende a provocar estados mentais de subordinação e submissão às leis da natureza. Isto vem sendo amplamente estudado e comprovado na Suécia. Esta subordinação aumenta a adaptabilidade às necessidades do bebê. Este vem sendo apontado como um dos motivos para que mães visitantes da partolândia terem maior sucesso na amamentação.

A amamentação não é inata e nem fácil. Mas os altos níveis de prolactina permitem uma melhor adaptação e uma maior força de vontade para driblar os problemas e conseguir amamentar o bebê. Além disso, é comum que mães da partolândia (como as índias e de mulheres de outros países também) amamentem durante anos. Isto porque a modernização do parto juntamente com a necessidade de trabalhar fora faça com que a prolactina seja liberada em menor quantidade e por um período curto de tempo, provocando um desmame precoce.

São comuns as queixas de uma amamentação sofrida, cheia de frustrações e sensações ruins que levam algumas mães e verem esse período com sofrimento e sucumbirem a explicações sem fundamento do tipo: “tenho pouco leite” ou “meu leite não sustenta” para justificarem um comportamento repulsivo á amamentação que nem elas sabem explicar, mas que gera culpa. Já as mães que passaram pela partolândia costumam relatar experiências felizes com a amamentação e chegam a lastimar quando o filho dá o grito de independência não pedindo mais o peito. É nesse momento que nota-se uma tendência maior de se doar nas mães da partolândia.


Fonte original: Mariana Passaglia - Enfermeira

terça-feira, 19 de junho de 2012

Uma imagem vale mais que 1000 palavras!

Bem...para não sair do foco "Parto Humanizado Domiciliar", kkkk.
As imagens são de partos domiciliares lindos de se ver...eu não consegui escolher somente uma imagem...

Então me digam, vale a pena ou não lutar pelo direito de escolher aonde parir???????










Fotos: Lynsey Stone Photography

Parto Humanizado Domiciliar

Bom, se a idéia era chamar a atenção CONSEGUIMOS!!!!!!

E digo "conseguimos", porque eu infelizmente não fui à marcha :(
Mas militei virtualmente como nunca! kkk... Postei, gritei, me emocionei...enfim, eu fico MESMO muito emocionada e orgulhosa de ver todas essas mulheres lutando juntas por um direito, e por isso digo, CONSEGUIMOS!

Mas uma coisa me deixa muito intrigada em relação a tudo isso... Essa visibilidade toda é ótima em relação a esclarecer e divulgar os fatos como eles realmente são.
Só que existe também o lado ruim da história...a maioria das pessoas, e principalmente aquelas que não sabem o que estão dizendo, insistem em falar de parto humanizado domiciliar como se estivessem falando de um ritual indígena, ou algo terrivelmente absurdo. Parece que a mulher que decide por ter o seu filho em casa é maluca, ou bruxa, sei lá... Parece que a parteira, é uma senhorinha beeeeem velhinha e de bigodes, com um maço de ervas na mão, um paninho e uma tesoura velha enferrujada... FALA SÉRIOOOO!!!

Isso definitivamente ME IRRITA! Tô cansada  de escutar pessoas falarem absurdos e hipocrisias, e pior...fazerem isso com uma credibilidade tamanha, capaz de convencer de que sabem o que estão dizendo!!!!!!

Quer dizer então, que a pessoa que "ACHA" que todo mundo que decidir parir em casa, consequentemente vai acabar no hospital em uma emergência e morrer... NÃO precisa provar que está certa do que está dizendo...NÃO precisa provar em que estudos viu isso, ou baseada em quais evidências concluiu essa opinião...
Agora eu, uma simples mortal... que diz que as EVIDÊNCIAS MOSTRAM que a mortalidade relacionada a partos hospitalares, e a mortalidade relacionada a partos domiciliares não são diferentes, que o local não influencia nas taxas de mortalidade...nem do bebê e nem da mãe...precisa provar o que está dizendo, e mesmo assim parece estar falando um monte de baboseiras... @#$%&*!!!



Bom...aqui vai o link de um dos mais recentes estudos feitos com  529.688 gestantes (Acho que tá bom né... deve dar pra ter uma idéia não acham???), e publicado no British Journal of Obstetrics and Gynecology. Esse estudo analisou a morbimortalidade perinatal de partos domiciliares ou hospitalares planejados em gestantes de baixo-risco.

Não houve diferenças significativas entre partos domiciliares e hospitalares planejados em relação ao risco de morte intraparto (0,69% domiciliares contra 1,37% hospitalares), percebam que na verdade...em casa morre-se MENOS...
morte neonatal precoce (0,78% domiciliares contra 1,27% hospitalares), e
admissão em unidade de cuidados intensivos (0,86% domiciliares contra 1,16% hospitalares).

O estudo conclui que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, desde que se tenham recursos e treinamento adequado para que isso aconteça.

Enfim...estudem minha geeente!! Estudem, e saibam o que estão falando antes de soltar uma moooonte de baboseiras fundamentadas pelo "achismo"!!





domingo, 17 de junho de 2012

Marcha do parto em casa

Esse final de semana COM CERTEZA vai entrar para a história! Foram mais de 20 cidades, uma infinidade de pessoas e uma causa nobre...



O importante é conseguir dar as mulheres o DIREITO DE ESCOLHER!
Essa é a idéia!
Essa é a conquista que buscamos!










 




Vídeo explicativo - Sinais do Parto


Vídeo que explica um pouquinho sobre os sinais de parto! Bem didático! :)


sábado, 16 de junho de 2012

“Muitos médicos se sentem ameaçados pelo fato das enfermeiras poderem atender partos”




O médico Jorge Kuhn diz que prestígio e interesses financeiros de médicos são afetados pelo parto humanizado domiciliar.


Da Revista Fórum.

Jorge Kuhn, coordenador do Departamento de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo, falou com a reportagem de Fórum sobre sua posição em relação ao parto humanizado domiciliar e as condições para que ele seja realizado. O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) encaminhou denúncia ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), por conta de uma entrevista concedida por ele no último domingo, 10, ao Fantástico, o que pode valer a cassação do seu registro profissional. Confira trechos da entrevista abaixo.

Condições para o parto domiciliar humanizado
Como afirmei ao Fantástico, apoio a iniciativa do parto humanizado desde que tenha três condições básicas. A primeira condição é que o desejo parta da mulher e do marido. Essa é a condição fundamental. O parto domiciliar não é uma sugestão do profissional de saúde, ou seja, médico, enfermeira ou parteira. A iniciativa tem que partir sempre da mulher, ela vai dizer “doutor, eu quero fazer o meu parto na minha casa”, aí eu aprofundo a conversa perguntando para ela o quanto ela quer este parto domiciliar e o motivo deste desejo. Vou aprofundando as perguntas como se fosse uma árvore, que você começa com uma pergunta e, a partir da resposta, tem os galhos que vão se ramificando.
A segunda condição é uma gestação de absoluta normalidade. Ela não pode ter nenhuma intercorrência, nenhum problema de saúde, nem ela e nem o bebê. Qualquer intercorrência durante a gestação deve levar o parto a ser hospitalar. É a chamada gestação de risco.
O terceiro ponto é que, por ser uma gestação de baixo risco e haver a possibilidade de se transformar em uma gestação de alto risco durante o parto, pode haver uma necessidade de remoção, do transporte materno ou do bebê para um hospital, então é fundamental que ela tenha um plano B. Ou seja, um hospital de referência que fique a menos de 20 minutos da sua residência. Para isso, costumo dizer assim: faça o trajeto da sua residência ao hospital X num domingo de manhã, de trânsito livre, para você ver o percurso mais rápido, e faça esse mesmo trajeto numa sexta-feira no começo da noite, para ver o tempo do percurso mais lento. Assim, ela pode achar um hospital que tenha toda a infraestrutura necessária para uma operação cesariana de emergência ou para uma necessidade de uma UTI, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Denúncia do Cremerj
Acho que existem muitas variáveis que podem estar envolvidas. Veja bem, “podem” estar. Quem sou eu para analisar isso, afinal, não participo dos conselhos, já participei do Cremesp e de uma entidade chamada Câmara Técnica da Saúde da Mulher, mas não posso saber sobre a atual legislatura . Ainda não recebi a denúncia, então não sei no que eles se baseiam para me denunciar. Mas, de qualquer forma, nós sabemos que de uma maneira geral médicos não querem que enfermeiras atendam partos. De uma maneira geral, lógico que existem exceções, como eu e muitos outros.
Mas eu não estou sozinho. Não invento nada, não sou nenhum criador ou gênio. O que falo é produto de muita leitura, baseado em evidências científicas de primeira qualidade e também na minha experiência pessoal. A OMS já preconiza desde 1985 que o parto é um evento natural na imensa maioria das vezes, digamos, 90% das vezes, e a mulher não precisa do médico para parir. É um ato fisiológico, é um ato natural. Quando você tem duas ou mais profissões que podem fazer a mesma tarefa, no caso, médicos, enfermeiras e parteiras, vai haver conflitos de interesses. Não só de prestígio, como interesses financeiros. Acredito sim que muitos médicos se sentem ameaçados pelo fato das enfermeiras poderem fazer partos.

Doulas, médicos e enfermeiras
Para dar um exemplo, existe a figura da doula, que é uma acompanhante. Não é uma profissão, e sim uma ocupação, reconhecida pelo Ministério do Trabalho. Não tem sindicato nem lei do exercício profissional. Existem doulas que estão tão bem na sua ocupação que ganham quatro vezes mais que um médico para atender um parto. Isso causa no mínimo uma estranheza na classe médica. Uma profissão que não é profissão, uma ocupação, que exige evidentemente muita dedicação, não tem hora, dia ou lugar para a mulher entrar em trabalho de parto.
É uma ocupação muito difícil. É preciso gostar muito do que faz, mas ela pode ser melhor remunerada que o médico. Da mesma forma que os médicos não aceitam enfermeiras para realizarem partos, muitas enfermeiras não aceitam doulas para atender partos. Não estou dizendo que a doula vai realizar o parto, e sim apoiar. Quem pode atender uma mulher em trabalho de parto, no hospital ou em casa, é o médico, a enfermeira ou a parteira. Mas a doula é uma figura fundamental, ela fica ao lado da mulher o tempo todo dando o apoio afetivo e emocional. Acho que sim, há interesses mercantilistas, porque muitos médicos se sentem muito incomodados com essa situação, assim como muitas enfermeiras se sentem muito incomodadas com o fato de doulas acompanharem partos, porque vão ganhar por isso.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Conto de fadas de um mundo moderno!!!

Era uma vez duas amigas...melhores amigas! :)
Desde beeeeeem pequenininhas elas já conversavam sobre serem mães e terem um montãaaao de filhos...mas um dia, para uma delas, o sonho acabou...ou não?!?!?

Ela corria um risco muito grande e não poderia ter mais filhos...mas aí então, surge a melhor amiga! E como em um conto de fadas, carregou, pariu e lhe entregou uma linda menininha...e assim nasceu Josephine!

Uma liiiiiiinda história de nascimento e amizade verdadeira! Aaai aaai! :)





Fotos: Keri Duckett Photography

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Série - Uma imagem vale mais que 1000 palavras!

Estive vendo váaaarias imagens de mulheres parindo seus bebês lindamente...e depois andei matutando sobre isso..rsss

As pessoas tem uma tendência (...muito maldosa por sinal!!) de ver sempre o lado negativo das coisas...me refiro a TODAS as coisas...mas quando se fala sobre partos então...VIXXXXXX...aí sim...a velha história da dor e blá blá blá....

Enfim...resolvi juntar duas coisas que AMO!!! Partos e fotografia...

Bom a idéia é começar com fotos de partos, que demonstrem a essência daquele momento, e principalmente, que nem tudo é dor!!!

Mas toda semana vou postar aqui uma imagem que "fale" mais que 1000 palavras... dessas que a gente olha e se sente bem ali...naquele momento, saboreando da mesma sensação, sabe?

Se você tem uma liiiiinda foto do SEU parto, e quizer ( e puder!! ) me mandar...eu posto sua foteeeenha por aqui, vamos através das imagens demonstrar que parto NÃO é dor...e sim alegria, felicidade, prazer... :)

E pra começar eu não poderia postar outra foto!!! Ela está rolando lá no face, então muita gente já deve ter visto, mas é uma coisa TÃAAAAAAO inexplicável, que por si só fala tudo...e já que o nome do post é "Uma imagem vale mais que 1000 palavras...eu vou me "calar" e postar logo a foto!! (rsss).




E aí? ta doendo pra você???