Fases do trabalho de parto



Fase latente (inicio do Trabalho de Parto)

Nessa fase de início de trabalho de parto, as características podem variar (como tudo no parto), porém o mais comum são contrações que estão com algum ritmo, podem ser bem espaçadas, ou estarem próximas, essas contrações duram mais de 1 min e mesmo que a mulher entre no chuveiro, tente variar posições, dormir, relaxar, essas contrações não desaparecem, essa é a maior diferença de pródromos e fase latente.

Lembrando que a contração é como uma onda, ela começa devagar, vai aumentando de intensidade até atingir seu pico, e volta a diminuir novamente ate cessar completamente.

Algumas mulheres relatam que tem um pico de energia nesse momento, onde desejam arrumar a casa, as coisas do bebê, ficam agitadas e querem se ocupar de alguma forma, porém a recomendação é que essa gestante tente descansar, colocar um filme para assistir, pegar um livro para ler… e quando as contrações forem se aproximando e ficando mais intensas use e abuse de chuveiros, piscinas, banheiras, a água é na maioria das vezes a melhor aliada da gestante em trabalho de parto. Durante esse período a gestante pode ir perdendo o tampão, assim como ter um corrimento vaginal, porém se ocorrer um sangramento excessivo a recomendação é de que essa mulher dirija-se direto para o hospital.

Esse momento é ótimo para começar a usar o aplicativo de contar contração, o marido/companheiro(a) deve ajudar a gestante com essa contagem, e assim juntos tentarem identificar se são pródromos ou se o trabalho de parto realmente iniciou.

A gestante não deve deixar de se alimentar, certamente quando ela entrar na fase ativa do TP, não sentirá muita fome, mas é de extrema importância que esteja alimentada, alimentos leves como frutas, sucos refrescantes, chás em dias mais quentes, saladas, mel, chocolates, coisas que ela aprecie comer e que ofereçam energia.

Esse início de trabalho de parto pode ser bem gostoso de curtir entre o casal, em casa ainda, tomarem um banho juntos, namorarem, durante o orgasmo a mulher libera o mesmo hormônio que é liberado durante o trabalho de parto: a ocitocina, isso pode ser muito útil nesse momento, (se a bolsa amniótica estourou não se recomenda sexo com penetração), curtirem uma boa refeição juntos, assistirem algo na TV, receber massagens é uma ótima opção para relaxar nesse momento, enfim eles podem e devem usar e abusar das possibilidades para curtir esse momento a dois que logo se tornara a três…

Se já se passaram mais de 2 horas com contrações ritmadas que duram mais de 1 min certamente a mulher esta em trabalho de parto.

Se o casal optou por ter uma doula, ou equipe, esse é o momento de avisar que as contrações começaram, que estão ritmadas, contar como está o ritmo dessas contrações, o espaço entre elas, e como a gestante está se sentindo. E conforme a evolução avisar a equipe de como esta o processo para o casal.

Essa fase latente pode durar horas ou mesmo dias, a paciência é amiga da gestante nesse momento, tem que deixar o corpo agir no seu ritmo, muitas vezes o corpo nunca passou por esse processo, é tudo muito desconhecido, então ele precisa de tempo para administrar todas essas mudanças, é um momento para a gestante se despedir da barriga, colocar sua a play list para tocar e seguir a vida, fazer caminhadas ao ar livre, o ideal é tentar se distrair e não focar tanto somente no trabalho de parto, que pode demorar algum tempo ainda…

Considera-se fase latente até a gestante atingir por volta de 5 cm de dilatação, as contrações não são tão intensas ainda, podem ser mais espaçadas, a gestante conversa bem entre as contrações, se alimenta melhor e está mais ativa, mais presente.

Se o casal não está com equipe em casa e pretende ter o bebê no hospital, nessa fase se a gestante se sente bem ela pode e deve permanecer em casa, e se deslocar para o hospital na fase ativa do trabalho de parto.


Fase Ativa

Nessa fase a mulher está mais introspectiva, conversa menos, está mais impaciente, não encontra posição confortável e também na maioria das vezes não sente vontade de se alimentar, mesmo assim é de extrema importância que seus acompanhantes ofereçam líquidos e alimentos leves e que proporcionam energia como chocolates, mel, barra de cereais, frutas e sucos leves, água de coco, isotônicos, e alimentos que a gestante goste bastante de consumir.

As contrações tem um ritmo imposto, costumam ser a cada 2/3/4 min e duram mais de 1min, estão intensas, e podem progredir diminuindo o espaço entre elas e aumentando a duração. Claro sempre ressalto que nada no parto é padrão, então pode ser que uma gestante não passe por essa fase dessa forma exata.

Nesse momento o colo do útero está se abrindo cada vez mais e as sensações podem ir mudando, a gestante pode estar mais cansada e pensando em desistir, é natural, porém a equipe e companheira/marido devem encorajá-la a continuar, pois é o processo natural do seu corpo. A mulher pode continuar a perder o tampão mucoso nessa fase.

Métodos não farmacológicos de alivio da dor são muito bem vindos nesse momento, a água ainda é ótima aliada, assim como massagem, bolsas de água quente, ambiente acolhedor, bola, música baixa ao fundo, iluminação fraca, tudo de acordo com o que a gestante deseja. A doula está muito presente nesse momento do trabalho de parto. A livre movimentação é um ponto importante nessa fase, onde a mulher pode escolher as posições em que fica mais confortável e lhe favorece mais para conduzir as contrações.

É a fase que as contrações estão mais ativas e efetivas, o colo está afinando e a dilatação aumentando com as contrações. A gestante pode sentir vontade de evacuar ou mesmo vomitar algumas vezes, é extremamente normal.

As contrações nesse momento não seção mais, vão progredir e ficando cada vez mais próximas, até o colo sumir e atingir a dilatação total, onde chegamos na próxima fase do trabalho de parto: o expulsivo.



Transição

É considerada uma fase do trabalho de parto que fica entre a fase ativa e o expulsivo, é a famosa PARTOLÂNDIA.

A mulher costuma entrar nessa fase depois dos 7/8 centímetros, é o final da dilatação e do desaparecimento do colo, considerada a fase mais intensa do trabalho de parto, é onde a gestante tem o sentimento de que não vai conseguir mais, pensa em desistir, pede algumas vezes a cesárea, ou anestesia, é o final da maratona e a mulher se sente cansada ao extremo, sem se alimentar e dormir direto por muitas ou poucas horas, nesse momento é de extrema importância que seu companheiro(a) a encoraje, mostre que estão juntos(as) naquele processo, que ela não está fazendo nada errado, é um trabalho de parto e ele é realmente trabalhoso, que tudo será recompensado quando o bebê estiver em seus braços!

Algumas gestantes nesse momento costumam ficar quietas, ou falam bem pouco, podem ficar muito tempo com os olhos fechados em silêncio, parecendo que estão com a pressão baixa ou que vão desmaiar, mas na maioria das vezes não é nada disso, é somente a maneira que ela encontrou para atravessar mais esse caminho, o ideal é que ninguém interrompa esse momento, sem movimentos bruscos perto dela, barulhos, música alta, pessoas falando ao redor dela, é a natureza agindo vamos respeitar, se mostrar presentes se necessário mas sem intervir, oferecendo líquidos e alimentos leves sem falar nada, somente mostrar para a gestante e se ela desejar vai beber/comer.

Outras mulheres vão se sentir mais agitadas nesse momento, falando mais, inclusive que não aguentam e que querem desistir, ficam mudando de posição, podem ter comportamento mais irritado e agressivo, brigando algumas vezes com o companheiro(a), falando mais alto, vocalizando ou urrando durante as contrações, procurando posições e locais diferentes pela casa ou hospital, novamente temos que respeitar e apoiar, mostrando que tudo está ocorrendo bem e que logo o bebê chegará.

É uma fase que a mulher saí um “pouco fora de si”, usamos as vezes o termo “vira bicho” ela usa mais nesse momento a parte do cérebro instintiva, ela então fica muito sensível a qualquer reação das pessoas ao redor dela.

A’ gestante pode não lembrar depois do parto as coisas que disse, fez ou sentiu nesse momento, algumas vezes vendo uma foto ou assistindo ao vídeo do parto ela relembre.

A gestante pode passar por todos esses processos ou não, seguir com o trabalho de parto da mesma forma que ela começou no início, cada mulher é uma e cada parto é um.

Essa fase pode ir até a dilatação total.

Expulsivo

Esse é o momento em que a dilatação atingiu 10 cm, porém não quer dizer que o bebê nascerá em alguns minutos.

O expulsivo pode ser longo ou acontecer rapidamente, isso depende de alguns fatores, se o bebê está “alto” ainda, como está esse colo, se já se apagou totalmente, entre outras coisas, é um momento de concentração para a gestante, ela precisa de calma, silêncio e amparo, as contrações ainda continuam, pode ocorrer nesse momento, as contrações darem um pequena espaçada, dando um intervalo maior para a mulher descansar.

A gestante pode sentir vontade de evacuar, é bem comum, mas pode não ser vontade mesmo de fazer cocô e sim de expulsar o bebê, cabe a equipe delicadamente ir orientando essa mulher. Algumas sentem o famoso “puxo” involuntário, que é uma vontade enorme e incontrolável de fazer força, a gestante então vai procurar uma posição que lhe for mais confortável e começar a fazer força junto com a contração, da maneira que ela desejar, sem ninguém mandando fazer uma força especifica, nesse momento o que podemos ajudar é respirar junto com a mulher lembrando ela para respirar mais profundo e calmamente.

Conforme ela faz força o bebe desce mais e vai aparecendo na saída da vagina, vagarosamente a cabeça vai surgindo, a cada contração a cabeça aparece mais e quando a contração passa ela volta um pouco, e assim conforme mãe e bebe trabalham juntos, a cabeça passa pelo períneo, nesse momento algumas mulheres relatam sentir o circulo de fogo, onde é a maior extensão do períneo, isso não quer dizer que está “rasgando” o local, é uma sensação de ardência da extensão, nem todas as mulheres relatam sentir dessa maneira, ou mesmo sentir algo nesse momento.

Um comentário:

  1. A episiotomia pode e deve ser evitada por que é violência obstétrica.
    Nenhuma mulher deve se submeter a esse abuso.
    Caso ocorra, denunciar para Polícia, Delegacia da Mulher, Ministério Público, Ministério da Saúde e ainda abrir um processo judicial contra o estabelecimento e os profissionais.

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