domingo, 3 de fevereiro de 2013

Marchando juntas pela liberdade de escolha!

 


Agora não tem volta! As mulheres tomaram frente, se libertaram! E devagar, devagarinho estão re-conquistando suas vozes, suas escolhas, seus partos roubados...



Quando buscamos o direito da mulher de poder ter uma doula, estamos buscando humanização...respeito, informações com embasamento científico e  principalmente um parto respeitoso e com amor.

Aí então...surge mais um golpe contra as mulheres e contra o movimento de humanização do parto.

Na última semana, as maternidades Santa Joana e Pró-Matre, em São Paulo, divulgaram a (burra) decisão de não aceitar mais a presença de doulas nos partos realizados lá. Alegando como o motivo da tal decisão  a tentativa de reduzir os riscos de infecção hospitalar (oi?).
Depois voltaram atrás, dizendo que estavam refazendo o cadastro de doulas, desde que se tratem de psicólogas, fisioterapeutas, enfermeiras... Genteeeeeeeeeee, tá difícil!



Doula é doula! Não é psicóloga! Não é fisioterapeuta! Não é enfermeira!
Doula é SIM uma profissional pertencente a uma equipe multidisciplinar de atendimento ao parto.

Enfim...a ciência já reconhece os benefícios trazidos pelas doulas às parturientes, mas alguns hospitais temem que suas altas taxas de cesáreas (90%) possam com isso diminuir né... já pensou que problemão!



Mas AZativistas não deixam barato! E lá foram elas...mais uma vez...UNIDAS! LINDAS e de VERMELHO sanguenoZóio para a avenida Paulista!  e o resultado foi assim...EMOCIONANTE!



Por Ana Cris: " Começou com a concentração na frente da Gazeta. Carro de som nos esperando, e 1000 balões coloridos. As pessoas começaram a se juntar, e começamos o aquecimento. Anna Gallafrio soltou a voz, vamos lá meu povo, quais são as notas?? DÔ-LA DÔ-LAAAA
Atravessamos a Av Paulista escoltados pelo CET e pela PM, gente finíssima! No carro de som o microfone passando de mão em mão, com as frases todas, as músicas, as falas. Uma menina que era representante do Santa Joana ficou lá espalhando que o cadastro estava aberto às doulas psicólogas, fisioterapeutas e enfermeiras. Explicamos a diferença para a imprensa. Fomos seguindo pela Paulista até o Shopping. O carro de som foi embora e fomos só na voz, dobramos à esquerda, depois à direita na R. Dr Eduardo Amaro, que é o dono do Santa Joana. Entramos à esquerda na Apeninos e depois entramos na Rua do Santa Joana. Quando entramos, uma onda de silêncio: shhhhhhh hospital, pessoal, vamos fazer silêncio! Shhhhhhhhhh. Em silêncio ocupamos toda a calçada do hospital, que estava bloqueado com uma faixa para não entrarmos além da calçada.
Então as pessoas foram se sentando em silêncio no chão, com suas crianças, carrinhos, bexigas flutuando.
Kiara Terra então contou a história da D. Certeza, que decidiu atravessar o rio junto com sua doula. Em seguida, eu li a carta que iríamos entregar no Santa Joana.
Após a leitura da carta, pedi um minuto de silêncio por cada mulher que teve seu parto roubado, isso foi tãããão emocionante, porque daí as mulheres também começaram a levantar suas mãos e eu falei alguns nomes ali presentes.
O povo no hospital apinhado na porta tirando fotos das faixas e das pessoas. Os seguranças com cara de malvados, ui que medo...
Após o nosso minuto de silêncio, Gisele Leal encabeçou uma comissão de entrega da carta e do abaixo assinado de 5200 assinaturas, que foi recebida por uma representante do hospital.
Agradecemos à presença de todos e nos dispersamos em paz."




Leia abaixo a carta entrega à direção do Grupo Santa Joana:

São Paulo, 03 de fevereiro de 2013.

Aos Dirigentes do Grupo Santa Joana.

Nós, do Movimento de Humanização do Parto., uma rede de mulheres, homens e profissionais da saúde, que em uma semana compôs o Movimento de Mulheres e Homens pelo Direito a uma Doula, para lutar contra as arbitrariedades impostas pelo Grupo, vimos por meio desta informar nossos pedidos.

1) Que as Doulas sejam recebidas, e bem recebidas como membros da equipe multidisciplinar de atenção ao parto, independentemente da presença dos acompanhantes famíliares;

2) Que o trabalho das Doulas seja facilitado, e não dificultado;

3) Que o cadastro, se houver, seja aberto a qualquer Doula que tenha sido certificada e capacitada como tal, independente de ser ou não Psicóloga, Fisioterapeuta, Enfermeira ou ter qualquer outra profissão específica;

4) Que fotógrafos de fora do hospital, contratados pelas famílias, sejam admitidos nos ambientes tanto quanto os fotógrafos que vendem seus serviços no saguão dos hospitais;

5) Que as mulheres saudáveis sejam tratadas como mulheres saudáveis, com liberdade, sem restrições, com acesso fácil a alimentação, hidratação natural, espaço para caminhada, banheira, chuveiro, etc.;

6) Que as equipes que trabalham com partos naturais sejam bem recebidas, mesmo atendendo partos longos, que ocupem a sala de parto por muitas horas;

7) Que o plano de parto dos casais seja reconhecido como documento, respeitado e integrado ao prontuário;

8) Que as mulheres possam ter seus bebês na água, se assim lhes convier e os seus médicos julgarem seguro;

9) Que bebês saudáveis sejam imediatamente entregues ao colo de suas mães, antes de passar por procedimentos e mantidos com suas mães, sem passar por berçário de observação;

10) Que o alojamento conjunto e o apoio irrestrito ao aleitamento materno seja a regra para bebês e mães saudáveis

Segue Petição Pública em forma de Abaixo Assinado, que solicita o reconhecimento das Doulas.

Atenciosamente,

Movimento de Humanização do Parto.


ASSINE A PETIÇÃO

Uma petição pública “Pelo direito da Gestante ser acompanhada por uma doula durante o trabalho de parto, parto e pós parto em qualquer hospital brasileiro” também está a espera de sua assinatura:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=doulabra

Fotografias www.carlaraiter.com.br
 








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