Bater, gritar, chacoalhar a criança na hora de um ataque de birra. Com
certeza, você já presenciou uma cena dessa em algum momento. O que
você achou? Agressivo, né? Pois bem. Infelizmente, essas "técnicas"
para mudar o comportamento de um filho continuam firmes e fortes no
dia a dia de algumas famílias. E comentários do tipo "não concordo em
espancar, só dou um tapinha na mão" são fáceis quando o assunto
palmada é foco de alguma nova reportagem. Faz parte desta lista o
"apanhei e não sou revoltado", e por aí vai. Geralmente, são essas
pessoas que apanharam que agora estão batendo...
É exatamente esse ato-reflexo da agressividade a conclusão de uma
pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da
Universidade de São Paulo (USP), divulgada recentemente. A
análise mostrou que as crianças que apanharam na infância têm maior
probabilidade de adotar a violência em situações do cotidiano quando
adultas.
"A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ela também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida", disse em nota a psicóloga Nancy Cardia, vice-coordenadora do NEV. Sim, as crianças vão repetir o que aprenderam em casa - hoje e no futuro, seja com com amigos, irmãos, companheiros, parentes, na faculdade, no trabalho.
A pesquisa - realizada em 11 capitais brasileiras - revelou ainda que mais de 70% dos 4.025 entrevistados apanharam quando crianças. Para 20% deles, a punição física ocorreu de forma regular – uma vez por semana ou mais. E a palmada era apenas coadjuvante nesses casos. Castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves foram mais frequentes do que os tapas, principalmente entre aqueles que disseram apanhar quase todos os dias.
"A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ela também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida", disse em nota a psicóloga Nancy Cardia, vice-coordenadora do NEV. Sim, as crianças vão repetir o que aprenderam em casa - hoje e no futuro, seja com com amigos, irmãos, companheiros, parentes, na faculdade, no trabalho.
A pesquisa - realizada em 11 capitais brasileiras - revelou ainda que mais de 70% dos 4.025 entrevistados apanharam quando crianças. Para 20% deles, a punição física ocorreu de forma regular – uma vez por semana ou mais. E a palmada era apenas coadjuvante nesses casos. Castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves foram mais frequentes do que os tapas, principalmente entre aqueles que disseram apanhar quase todos os dias.
Aqueles que apanhavam muito (os 20%) foram os que mais escolheram a
opção "bater muito" em seus filhos caso esses apresentassem mau
comportamento. Eles também esperavam que os filhos respondessem com
violência caso sofressem alguma agressão física na escola.
Um estudo anterior, realizado por cientistas da Universidade de Manitoba, e publicado em fevereiro deste ano no Canadian Medical Association Journal (Revista
da Associação Médica Canadense) revisou 20 anos de pesquisas sobre o
assunto e o resultado mostrou que nenhuma delas sugeriu qualquer
benefício da agressão como forma de educar. Pelo contrário: assim como
os pesquisadores brasileiros, os canadenses também descobriram que as
crianças que apanharam na infância se tornam mais agressivas.
Se você já apanhou, também deve se lembrar bem do sentimento que tinha naquela hora. "A criança que sofre agressão se sente rejeitada pelos pais, e isso contribui para sua baixa autoestima, transtornos de ansiedade, depressão, estresse", afirma Gustavo Teixeira, psiquiatra e autor dos livros Manual Antibullying e Desatentos e Hiperativos(ambos da Ed. BestSeller). Além disso, a baixa autoestima de uma criança a torna alvo de bullying como também facilita que ela se torne agressora.
Mesmo com tantas provas de que ser agressivo com o filho só traz resultados negativos isso ainda é tão forte na sociedade. Por quê? "Por resistência, negação do problema, desinteresse em mudar, pressa em uma solução rápida, com péssimos resultados depois", reforça Teixeira. Não tem segredo. Para educar uma criança, é preciso paciência, persistência, tempo e carinho. "Eu continuo sempre acreditando que uma hora isso vai mudar", diz Teixeira.
Se você já apanhou, também deve se lembrar bem do sentimento que tinha naquela hora. "A criança que sofre agressão se sente rejeitada pelos pais, e isso contribui para sua baixa autoestima, transtornos de ansiedade, depressão, estresse", afirma Gustavo Teixeira, psiquiatra e autor dos livros Manual Antibullying e Desatentos e Hiperativos(ambos da Ed. BestSeller). Além disso, a baixa autoestima de uma criança a torna alvo de bullying como também facilita que ela se torne agressora.
Mesmo com tantas provas de que ser agressivo com o filho só traz resultados negativos isso ainda é tão forte na sociedade. Por quê? "Por resistência, negação do problema, desinteresse em mudar, pressa em uma solução rápida, com péssimos resultados depois", reforça Teixeira. Não tem segredo. Para educar uma criança, é preciso paciência, persistência, tempo e carinho. "Eu continuo sempre acreditando que uma hora isso vai mudar", diz Teixeira.
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