A informação sobre os procedimentos a que serão submetidas é fundamental
para que as mulheres optem pelo parto natural. A conclusão faz parte de
um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“As mulheres que escolhem parto humanizado se informam antes”, aponta
Rosamaria Giatti Carneiro, autora da tese Cenas de Parto e Políticas do
Corpo: uma Etnografia de Experiências Femininas do Parto Humanizado.
Para a antropóloga, é fundamental que as mulheres conheçam os
procedimentos médicos e saibam das consequências da opção (cesárea ou
normal) para a própria saúde.
A pesquisa qualitativa acompanhou 18 grávidas, portais e grupos de
discussão na internet sobre gestação e parto humanizado e aponta como
atitude e decisão das mulheres a escolha da forma do parto, como de
cócoras, em casa ou mesmo no hospital, mas com baixa dose de anestesia.
Para Rosamaria, a escolha pelo parto natural acaba por “resignificar” o
fim da gestação.“Não é só um evento fisiológico ou ato médico. Elas
relatam uma experiência rica e linda”. Ainda segundo ela, a escolha
desconstrói o imaginário social de que parir dói. “O limite da dor é
subjetivo”, destaca, antes de dizer que as mulheres que optam pelo parto
natural sentem-se bem e confiantes.
Apesar das vantagens do parto normal, o Brasil é campeão mundial em
cesarianas. Em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos
normais (52%). Na rede privada, o índice de partos por cesariana chega a
82% e na rede pública, 37%. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
recomenda que a taxa de cesarianas fique em torno de 15%.
Na opinião da antropóloga, muitas cesarianas são feitas porque as mães
temem que o bebê possa ficar em “sofrimento”. “Se o médico usa essa
palavra, as mulheres acabam optando pelo procedimento cirúrgico.” Ela
reforça, no entanto, que a decisão deve ser feita sob consulta médica e
que os cuidados durante o pré-natal são fundamentais.
Fonte: aqui!
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