Davi: desejado, planejado e intenso!
Finalmente arrisco a fazer meu relato de parto...
Confesso que já ensaiei algumas vezes... desisti, achei que
estivesse “enferrujada” na arte de escrever, mas não... estava, apenas, vivendo,
sentindo e respirando meu puerpério.
Pois bem.
Davi, esse era o nome escolhido muito antes de nos
descobrimos “grávidos”.
E, por razões que não sei explicar, eu tinha certeza que
seria mãe de um menino.
Eu sempre quis ter um parto normal e, sabendo que teria que ir
contra o sistema, comecei procurando uma Doula e encontrei minha querida
Mariana Castelo Branco.
Através dela e de seu grupo de apoio (Do Fundo do Ventre),
conheci a Dra. Claudinha (Claudia Garcia Magalhães), a médica mais humana,
gentil, carinhosa, alto astral, atenciosa e fofa do universo! Neste dia, eu
disse a ela que ainda não estava grávida, mas que não abria mão de tê-la como
médica, especialmente depois que vim a saber que ela não só torcia para o nosso
Corinthians, como também fazia o famoso “batismo corinthiano” na hora do
nascimento! rsrsrsrsrsrs
Então, no dia 07 de janeiro de 2015, com 13 dias de atraso, sem
muitas expectativas, fiz exame de sangue e, BINGO, estava grávida!
E agora? Queria contar de um jeito especial para o Thiago,
então peguei uma roupinha fofa de bebê que tinha comprado para dar de presente
e na caixa colei o resultado do exame e entreguei para o “papai”, que jogou a
caixa longe e nem viu o exame... mas, ao pegar aquele body minúsculo,
incrédulo, olhou pra mim, perguntou se era verdade e me abraçou longamente!
Fiz o exame de sexagem fetal, pois estava saindo de viagem e
queria aproveitar para fazer o enxoval lá fora. E lá mesmo recebi a confirmação
de que esperava o Davi!!!
De volta ao Brasil, com 14 semanas, a primeira bomba: meu
pai, uma pessoa de hábitos super saudáveis, teria que se submeter a uma
cirurgia cardíaca de grande porte.Vencemos, como eu tinha certeza que
venceríamos, afinal meu filho não podia nascer sem conviver com o melhor vovô
do mundo!!!
Alguns meses mais tarde, já de 28 semanas, a segunda bomba: o
atropelamento de uma pedestre na rodovia, sem consequências físicas, mas um
susto sem tamanho.
E, por fim, na reta final, já com 38 semanas, uma cólica
renal insuportavelmente dolorida, que me fez confundir com os pródromos.
Ah, não posso esquecer de contar que a Claudinha estava indo
para congressos/simpósios nessas últimas semanas e que eu sempre conversava com
o Davi, pedindo pra ele esperar a “tia Claudinha” voltar! E ele, de fato,
obedeceu a mamãe e esperou!!! kkkkkkkkkk
E de fato ele esperou! Com 39 semanas e 5 dias, as
contrações vieram pra valer. Por volta das 22h00 do dia 1º de setembro de 2015,
comecei a ficar sem posição, sentia um forte incômodo na pelve, irradiando para
a lombar.
Decidi ir deitar e, então, as contrações foram ritmando.
Pedi para o Thiago ligar pra Mari e pra Claudinha... não sabia o que
fazer/esperar. Fomos para o Hospital por volta das 0h30 e a Mari nos encontrou
lá. Após ser examinada, com 4 cm de dilatação, decidimos voltar pra casa e
esperar lá o TP ativo, onde alternei entre a cama e o chuveiro, devido ao pouco
espaço no apto, vocalizando muito, pois isso me ajudava a aliviar a tensão,
além de ter a Mari e o Thiago me amparando, massageando, encorajando, apoiando,
cuidando e incentivando.
Nessa hora, tenho que dizer, bate uma tremenda insegurança,
parece que perdemos a “coragem”, sei lá... perguntei pra Mari se a Claudinha
me daria anestesia, caso eu pedisse... hahahaha
Até que, às 7h30 o Thiago disse que eu precisava levantar
para irmos ao hospital e chegar junto com a Claudinha. Nesse exato momento,
relaxei por completo, especialmente por ter a certeza de que tudo sairia como
havíamos planejado...a bolsa rompeu! E foi um aguaceiro só! Hahahahahahahaha
Dei entrada na maternidade por volta das 8h30... a Claudinha
me examinou e constatou 9 cm de dilatação (eu acho)... era chegada a hora de
conhecer meu pequeno príncipe, já que ao longo de toda a gestação ele nunca
quis mostrar seu rostinho no ultrassom.
Perto das 9h00 fomos para a sala de pré-parto, cuidadosamente
preparada pela equipe da Claudinha. Bola, colchonete, chuveiro quentinho,
banqueta, luzes apagadas, equipe reduzida, enfim... um sonho! Ali fiquei um
tempo no chuveiro quentinho enquanto pude... até que pedi a banqueta, onde
fiquei até o final.
Nessa hora, já entregue à
partolândia,
e sempre amparada pelo meu amor, pude ver a querida Alicinha Kiy(pediatra n.º 1
do Davi) e nossa amiga mais que especial, Bianca Cassettari emocionadíssima,
vivendo tudo aquilo conosco e nos dando a força necessária para trazer o Davi
ao mundo de um jeito todo especial.
E, em meio a tanto amor, sem comandos, apenas com a sugestão
da Claudinha para que eu tentasse tocá-lo para sentir que ele estava chegando, sentindo
o choro carregado de emoção de um pai espetacular, o meu mundo se tornou mais
azul!
Assim, num parto natural humanizado, no dia 02 de setembro
de 2015 às 10h02m, Davi chegou de mansinho, calmo, com um chorinho leve que
cessou no imediato momento que veio para os meus braços entrelaçados pelos do
Thiago.
Lindo, forte, saudável e com o nariz do papai (rsrsrs), com
49,5 cm e 3,280 kg, Davi foi colocado para mamar e esperamos o cordão para de
pulsar para clampeá-lo.
Ficamos separados por pouquíssimos minutos, apenas para os
procedimentos indispensáveis, porém não padronizados, sempre na presença do
papai mais fresco do pedaço. Depois disso, ficamos nós três, inseparáveis, por
todo o tempo que estivemos no hospital.
Ah, não posso esquecer de dizer que houve ainda o
“nascimento” da placenta, de forma natural, sem qualquer manobra ou tracionamento.
E, ao final, a melhor das notícias, períneo íntegro, sem nenhuma laceração
importante, desnecessário qualquer ponto.
Quanto à dor... sim, dói, mas tenho comigo que muitas outras
coisas doem infinitamente mais. Por exemplo, a cólica renal que me acometeu
dias antes do nascimento... foi bem pior que a temida “dor do parto”,
principalmente porque a esqueci imediatamente após ter o Davi em meus braços!!!
E, sim, penso em sentir e viver essa dor mais uma vez, pelo menos!!!hahaha
Sem dúvida, posso dizer que foi a experiência mais intensa
da minha vida, que me transformou e continua me transformando diariamente, há pouco
mais de
5 meses.
Pra terminar, digo que todas nós, mulheres, nascemos para
parir. Esta é a natureza.
Então, se este é o seu desejo, vá em frente, informe-se,
contrate uma doula, corra atrás de um médico que realmente respeite a sua
vontade, porque PARIR vale a pena sim.
Palavras nunca expressarão suficientemente minha gratidão,
mas deixo aqui o meu “muito obrigada” a todos que participaram desse momento
conosco, especialmente a Claudinha, a Mariana e a Alicinha, que nos assistiram
de maneira espetacular!
Ana Carolina.